Paulinha, meu amor… você me pediu que não deixasse passar a data dos Dia dos Namorados sem uma manifestação de carinho, ainda que tenhamos passado um final de semana incrível junto a amigos indo ao João Rock, festival maravilhoso que acontece todo ano em Ribeirão Preto (SP), que como tudo, foi adiado durante a pandemia. Desculpe se não te surpreendi, mas o que tenho hoje de mais genuíno é esta minha crônica só para você, e aberta a quem deseje lê-la.
Com você, meu amô, tenho aprendido mais sobre esse verbo tão dito e procurado, nem sempre tão fácil, que é amar. Seguramente também te ensinei alguma coisa. Quem nos vê de fora, pode achar que somos muito parecidos – na aparência, inclusive – e até concordamos com isso. Nossa semelhança atinge valores essenciais. Em outras coisas, diferimos bastante e buscamos nos entender. Temos tido sucesso, com quase dois anos juntos, e felizes. Dia desses você me disse que torno a sua vida mais cheia, mais completa. Sinto o mesmo. Quando olho para esses dois anos, com nosso amor ainda aprendendo a andar e falar, parece-me até mais tempo. Já fizemos tanta coisa, rimos e choramos juntos, viajamos, nos ajudamos, nos aproximamos dos amigos um do outro; nos abrimos, passeamos; nos queixamos, entendemos. E namoramos um bocado – como eu gosto de te namorar!
No último fim de semana, em meio aos amigos, reparava o quanto te procuro e quero que esteja perto. Se não está, me falta. Se sim, sou uma festa interior, que deseja agradá-la. Quero fazê-la rir, sorrir pra mim, marcar sua vida, fazê-la se apaixonar um pouquinho mais. Alegrá-la me dá grande satisfação, e minhas faltas e vezes em que não atendo às suas expectativas me abalam. Ponho então minha frustração em minha condição humana para ficar em paz. Preciso dela. Já há bastante tempo, Almir Sater e Renato Teixeira reiteraram em “Tocando em frente”, das mais belas composições da música brasileira, que “é preciso paz pra poder sorrir”.
Como você adora essa história – e porque ela é massa mesmo – vou contar aqui. Paulinha e eu nos conhecemos pelo Tinder durante a pandemia. Depois de alguns desencontros e muita paciência e determinação da minha parte (antes que diga qualquer coisa, você também tem sua parcela, amor), acertamos um dia para sair. O date, como se diz, foi marcado para um sábado à tarde, no inverno de 2020, precisamente no dia 22 de agosto. Paulinha sugeriu que fôssemos ao belo Aterro, um campo aberto aqui em Londrina, aproveitando para levar a Gina, sua cachorrinha, para passear. Como eu iria contestar, depois de meses de empenho? Na véspera eu não me aguentava, e para assentar os ânimos, fui dar a minha tradicional corrida pelos lagos da cidade.
Chegando na parte final, já à noite, sem avistar ninguém por perto (era época de pandemia), perdi-me admirando o céu carregado de nuvens densas daquele início de noite de inverno, e de repente ouço uma gritaria enlouquecida de quero-queros – dois deles. Sim, os próprios, esses diabinhos em forma de aves que fazem seus ninhos nos gramados, e ai de quem chegar perto! Quando dei conta, eles já estavam próximos, voando para cima de mim com sangue nos olhos. Numa fração de segundos, pensei: se esses bichos me bicam aqui e de alguma forma sou incapacitado de ir ao date amanhã, vai saber se saio com essa menina nessa vida. O jeito foi me atirar no lago, precisando ainda mergulhar, porque os filhos de uma égua, se é que é possível ave ser filho de égua, continuavam dando rasantes no lago. Detalhe que aquela noite foi das mais frias daquele ano! Quando me vi seguro, saí do lago e segui minha corrida ensopado, de volta pra casa.
Naquela noite, não paguei para qualquer possibilidade de perder o primeiro momento com você, e de diferentes formas, sigo assim. Obrigado, primeiro, por ter topado estar nessa aventura comigo! Depois, por se dedicar a ela e estar sempre presente. Obrigado por me entender e gostar de mim. Sentir seu amor e retribui-lo é um sentido que sempre busquei. Para minha alegria, você também. Te amo e estou sempre aqui!
Do seu namorado afetadíssimo por você, Fábio.





Que linda declaração de amor Fábio! Esse presente vale mais que ouro e diamante. abraço
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Obrigado, querido Rui!
Abração!!
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