As velhas e novas sensações que meu primeiro Réveillon em Sampa evocou

Quando vou a São Paulo, sinto-me chegando a uma cidade importante, de relevância nacional, mundial… o lugar onde as coisas acontecem. A capital paulista é o município mais importante do país economicamente, uma verdadeira megalópole, onde há mais oportunidades de emprego, que oferece as mais diversas opções, onde pode-se achar qualquer coisa, a qualquer hora. Ou quase isso. Passei este Réveillon lá pela primeira vez, e na noite do dia 31, não foi fácil encontrar um mercado ou conveniência aberta para comprar os quitutes da virada. Conseguimos, é verdade, mas imaginava que seria mais simples.

Sampa parou neste Réveillon. As ruas estavam desertas. Foi estranho, pela primeira vez não via aquele monte de carros pra lá e pra cá, amontoando-se nas largas avenidas cercadas por arranha-céus ou mesmo nas ruas dos bairros. Uma experiência interessante caminhar pelas ruas paulistanas com tranquilidade, sem cair no clima acelerado que impera na cidade. Mas, estava lá pra curtir. Sem férias neste fim de ano, minha namorada e eu conseguimos sair de Londrina na quinta-feira, 30 de dezembro, desembarcando na rodoviária da Barra Funda às seis e pouco da manhã do dia 31. Ao acordar com o barulho da tiração de malas e das pessoas passando pelo ônibus, olho para fora e vejo a parte inferior da rodoviária, já tomada logo cedo pelo vai e vem de gente. Logo, penso: “cheguei a São Paulo.”

Hospedamo-nos no apartamento de um grande amigo meu na Vila Clementino, bairro ótimo e próximo a locais bons de turistar, como o Ibirapuera, a Avenida Paulista e a Vila Madalena. Nosso Réveillon, contudo, foi no apartamento do Ash (como chamo meu amigo desde o colégio) e da Lelê (sua namorada mais que gente fina que conheci na viagem). Eles ainda receberam mais três amigos, e fizemos uma festa só, cantando e tocando clássicos do samba, da MPB, e também internacionais, belamente interpretados por Paulinha e Lelê. Nesta virada de 21 para 22, não salgamos a bunda, como se diz, mas curtimos um Réveillon intimista e recheado pelas sensações da capital paulista que, mesmo desabitada, estiveram presentes.

Conhecido por fotos até então, o Beco do Batman é um lugar que vale a pena visitar! Diferente, vívido, com a cara de São Paulo, colorido por grafites da mais alta qualidade, desenhados nas paredes de um grande beco que nos ajudam no objetivo da viagem: fugir da rotina, aventurar-se. Na própria Vila Madalena, bairro do beco, fomos ao bar O Pasquim, já xodó dos nossos amigos paulistanos, facilmente explicável: ótimo conjunto musical, de repertório brasileiríssimo, como também são as opções do cardápio. Ambiente à vontade, bom atendimento e uma linda ilustração na parede da união dos maiores nomes da nossa música. Para isso vou a São Paulo, ao Rio, às principais cidades do Brasil: pra ver o que é nosso, cavucado, relembrado, valorizado. Não faltam lugares na Vila Madalena e em tantos outros cantos de Sampa que cumpram esta função.

Dos principais locais de visitação da maior cidade do país, o MASP também foi parada. Não bastasse o conjunto de sensações tidas ali, com instigantes obras de arte, o museu eleva ainda mais o que nele é exposto – é a própria arte, sendo uma referência na Avenida Paulista, um marco de encontros e da história. Quanto não aconteceu e se dará diante do MASP? Não ia ali havia anos, tranquilamente mais de dez. É também a minha própria rebobinada, a consciência do quanto mudou, e do que ainda permanece.

Visitamos também o Parque Ibirapuera, e conversando com Ash lembrei-me de quando fomos lá na oitava série, em viagem do colégio. Lá se vão quase vinte anos, ele já um cidadão paulistano. Meu irmãozinho e Lelê deixaram Paulinha e eu na entrada do parque, e lá passeamos avistando toda a natureza do Ibira, raças de cachorros para todos os gostos e claro, gente de todo jeito também, como espera-se em São Paulo. Uma cidade que poderia ser um país. Que tem tudo, que dá medo, que encanta. Que provoca, surpreende, irrita. Que rejuvenesce, deprime, chacoalha. Que oferece – sempre muito, real e memorável. Obrigado por mais uma vez, Sampa querida. Até breve.

Publicado por Fábio Blanco

Jornalista, natural de Londrina (PR), que quer explorar o que o encanta no mundo através da escrita. Apaixonado por futebol, música e pelas belezas do cotidiano, em detrimento das suas regras e poderes. Humano, acima de tudo.

6 comentários em “As velhas e novas sensações que meu primeiro Réveillon em Sampa evocou

  1. Fábio, tudo mudou! A paisagem mudou! As pessoas mudaram com a pandemia. Mas Sampa mudou muito e está precisando de um Up.
    Essa pandemia trouxe muito desemprego e com isso muitas pessoas desfavorecidas estão com m situação de rua o que deixa tudo mais triste e desolador.
    De qualquer forma espero que tenham aproveitado a passagem por aqui, com.a promessa de na próxima vir visitar a gente! Abração!

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    1. Querida Nanci, obrigado por mais um comentário e leitura! Saiba que você é uma das leitoras mais assíduas desse blog! hahaha
      Obrigado por sua visão de quem conhece de fato. O mesmo texto é só sobre a visão do turista, arraigada também pelas passagens anteriores. Realmente é muito triste, pude perceber um pouco do que disse e aqui em Londrina a situação é semelhante, com as devidas proporções – em SP, tudo é muito maior, né?!
      Pode deixar que esse encontro com vocês é algo que quero muito, em breve realizaremos!
      Beijão, Nanci!!

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    1. Ah, oloco, mas alegria tive eu agora! Matchô (hahahah)!! Caraca, que surpresa e que alegria mesmo! Muitas saudades mano, obrigado de coração pelo comentário!
      Você também é das pessoas mais queridas do colégio, sem dúvidas! E saber que lê meus posts aqui, fez meu dia, de verdade!
      Obrigado meu querido, forte abraço pra você!! Vamos falando! 😉
      Se cuida!!

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  2. Oi Fábio. gostei do seu olhar por São Paulo. Em comum ao meu somente o Masp … Vou anotar suas dicas e conferir da próxima vez por lá. Te pagava um doce para estar nessa roda de violão, só música da boa. abração

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    1. Nossa Rui, também já imaginei você nessa roda com a gente, hein? Ia contribuir demais! No nosso aguardado encontro, além de todo papo de escrita e vida e tal, o violão também vai ter que estar, hein? hehehe
      Obrigado, meu amigo! Abraço apertado pra você!

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