Eventos do porte de uma Eurocopa, que vem sendo realizada desde o dia 11 de junho e vai até 11 de julho, expõem dentro e fora de campo uma dimensão global do mundo de hoje, indo além dos gols e da emoção que é inerente ao futebol. Não podia ser diferente, quando se fala do esporte mais popular do planeta. Fenômeno similar poderemos notar na realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio – este, parece, não com o mesmo otimismo que a competição europeia. Isso porque, quem tem acompanhado os jogos da Euro, percebe o estádio lotado em muitas das partidas. A imagem que se passa é que lá a pandemia está realmente controlada, ainda que não totalmente vencida.
Assistindo daqui, a sensação que se tem é de alento, esperança e também, como não seria diferente, de inveja. E nem é preciso muito, apenas constatar os países pelo mundo que levaram esta luta a sério. Só assim, já ficamos muito atrás. Mas tenho notado os brasileiros ligados, em sua maioria, e isso me dá esperança. Por ora, vibramos com a alegria dos nossos irmãos europeus, em outro estágio da tragédia. Nesta edição, onze sedes abrigam a disputa da Euro: Roma (Itália), Baku (Azerbaijão), São Petersburgo (Rússia), Copenhague (Dinamarca), Amsterdam (Holanda), Bucareste (Romênia), Londres (Inglaterra), Glasgow (Escócia), Sevilla (Espanha), Munique (Alemanha) e Budapeste (Hungria).
Aproveito para melhorar o meu déficit em geografia, já que quando comecei a estudá-la não tinha nem perto do interesse de hoje. Junto ao apito inicial e as informações sobre a sede da partida, pego o celular e digito nome da cidade no Google. Caso o que é passado na transmissão com as informações da internet – e com as belíssimas imagens que surgem da minha busca – e saio um pouquinho mais conhecedor do Velho Continente, onde nunca estive fisicamente, o que é um sonho meu. Quando acontecer, saberei ainda mais. O futebol, um interesse natural para mim, trabalha como matéria-prima para chegar a outros conhecimentos, culturas e entendimentos, missão que cumpre também nesta Eurocopa.
Como já vinha acontecendo nas competições entre os clubes, os jogadores não se ocultam em utilizar sua imagem para dar um basta no preconceito, um dos maiores males da humanidade. Antes ao apito inicial, ajoelham-se pedindo igualdade no futebol e na sociedade, o fim do racismo, da homofobia e das mais diversas formas de discriminação. O mês de orgulho LGBTQIA+ tem sido muito celebrado na Euro, por parte da torcida, dos patrocinadores e também dos jogadores. Em um dos duelos mais tradicionais do continente e do mundo, entre Inglaterra e Alemanha, os capitães Manuel Neuer e Harry Kane jogaram com as braçadeiras das cores do arco-íris, o que, mesmo tardio, é altamente significante considerando-se o futebol, um segmento historicamente machista e preconceituoso. Mesmo os clubes brasileiros já demonstram notável avanço no tema.
Enquanto assisto aos jogos, noto os muitos torcedores nas arquibancadas – agora, possíveis. Suas cores, seu amor à pátria e sua quebra de estereótipos. Sim, o futebol reúne tudo isso na tela da sua televisão, e também, muita qualidade de jogo. Como se transformou a atmosfera do futebol, evoluíram demais os seus personagens, as suas seleções. Todo time é cascudo, todo jogo é duro. A atual campeã mundial, França, ganhava da Suíça – a quem até pouco tempo ninguém dava nada – de 3 a 1, e viu seu adversário buscar. O empate em 3 a 3 se manteve na prorrogação e os franceses caíram nos pênaltis, com Mbappé, seu grande craque, perdendo a decisiva cobrança. Como a França, outros protagonistas já fizeram as malas: Portugal de Cristiano Ronaldo, atual campeã europeia; Alemanha, máquina da Copa de 2014 no Brasil.
Ressurgem a Itália, fora da última Copa; a Espanha, que ensinou o mundo a jogar futebol, num passado recente, mas que andava apagada. Buscam a glória desta grande conquista a Bélgica, de uma geração privilegiada; a Dinamarca, que por pouco não viu seu camisa 10, Eriksen, morrer em campo por conta da parada cardíaca logo no jogo de estreia da seleção, e que a cada partida homenageia seu ídolo; a Suíça, que como dito fez a façanha de eliminar a apontada como a principal favorita. São muitas histórias que o futebol é capaz de contar; por vezes, não tão boas. Mas, ele apaixona porque em geral é o respiro, o abraço, a paixão, a glória. Em grandes lutas, o futebol tem se mostrado vitorioso e assim é que seus fãs querem que ele saia. Afinal, ele não escolhe seus apaixonados. Eles simplesmente sentem.

Fabio sua paixão por futebol vem de muitos anos, lembro que vocês vinham para Sampa assistir aos jogos. Temos acompanhado aos jogos e é muito bom ver que o mundo está mudando e se adequando a uma realidade diferente 🌈. Como sempre seus temas muito coerentes, fantásticos! Parabéns! Grande abraço 😘
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Nossa Nanci, sempre fico muito feliz e grato com seus comentários.. são sempre muito gentis, e sei que verdadeiros também! Obrigado de coração. Que saudades de ir pra Sampa ver o Tricolor, encontrar vocês.. coisas maravilhosas que esperamos voltar a fazer logo! E realmente, o mundo carece de mudança, é preciso, por mais harmonia e amor ao próximo. Obrigado mesmo, beijão pra você!!
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Oi Fábio, o futebol é mesmo um esporte envolvente, sem dúvida o mais popular do planeta. O tênis, que é o meu esporte número 1 , nunca terá o alcance do futebol. Comecei a assistir a Eurocopa atrasado …vi apenas um jogo das oitavas de final . Percebi uma grande diferença de qualidade técnica da Eurocopa com a nossa Copa América. Infelizmente a nossa região parece uma segunda divisão do futebol mundial . Uma pena !
Parabéns pelo seu texto , gostei !
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Rui, competir com a popularidade do futebol é realmente desleal, mas o tênis também é um belo esporte. Eu gosto bastante.
Sobre a qualidade técnica, temo bastante o futuro do Brasil na Copa do Mundo, que aqui na América do Sul deita e rola. No Catar a coisa será mais embaixo, mesmo com alguns jogos também decepcionando na Euro.
Valeu demais garoto, grande abraço!!
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